quinta-feira, 24 de abril de 2014

Criando Casas a Partir de Contêineres



Navegando pelos Blogs da vida, em busca de algo interessante para trazer a vocês, acabei topando com estas soluções criativas de casas criadas a partir de contêineres.

Como arquitetos, devemos enxergar soluções e novas utilidades no que os outros julgam por "velho" ou "ínútil". Ao invés de gastar dinheiro com projetos que demandam mais materiais, - e que por muitas vezes, acabam pecando no quesito "sustentabilidade" - os projetos podem utilizar e abusar da criatividade, criando uma espécie de Arquitetura Reciclável, no sentido mais amplo da palavra, claro.

Vamos conferir alguns desses projetos. Inspirem-se!

Fonte: hiconsumption.com

1. “Six Oaks”, por David Fenster – Santa Cruz, Califórnia



Fonte: modulus.com



Fonte: modulus.com



Fonte: modulus.com



Fonte: modulus.com



Fonte: modulus.com

3. Por James & Mau Arquitectura e Infinski – El Tiemblo, Espanha



Fonte: infiniski.com



Fonte: infiniski.com



Fonte: infiniski.com



Fonte: infiniski.com
4. Por Ecotech Design – Deserto de Mojave



Fonte: ecotechdesign.com

6. Por Studio H:T – Colorado



Fonte: studioht.com

Uma maratona começa com um passo!




Interior da Catedral de Santa Sofia, em Istambul, Turquia

Saudações! Aqui fala o Rodrigo.


Apenas estou dando início ao nosso blog sobre Arquitetura e Urbanismo, visto a necessidade de algum lugar onde nós possamos postar notícias ou assuntos referentes a área.
Como disse num aforismo o sábio Lao-Tse: "Uma viagem de mil milhas começa com um passo". Logo, de pouco a pouco, o blog vai crescendo.
Incentivo que comentem e critiquem as postagens. Também que opinem sobre o blog, afinal de contas ele não está pronto. Se o layout não agradou ou então se deve-se postar alguma coisa sobre arquiteto X ou algum projeto e por aí vai. Também procuro mais algumas pessoas que possam postar de vez em quando algo relativo a arquitetura, para "mantermos" esse blog.
Como considerações finais, estes posts serão compartilhados no Facebook. Mantenham-se atentos, postarei algumas notícias ou textos sobre arquitetura que vier a encontrar!


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Agora, vamos a postagem da vez!
Há algum tempo, encontrei esse termo: "Elefante Branco". Basicamente, é uma obra comparada a uma "armadilha", um verdadeiro Cavalo-de-Tróia dentro das cidades. E o porquê disso? A falta de utilidade nas construções, é claro - muitos dos Elefantes Brancos tem qualquer utilidade a não ser abrigar um evento específico (por exemplo, copa do mundo, jogos de futebol e etc) ou simplesmente ser "exposto".
A seguir, estou "repassando" um post muito interessante que encontrei no Arquitetura e Urbanismo, falando sobre esse termo - e os problemas que ora eles causam.


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Elegantes Brancos

Por Sergio Tepermen

É dia do seu aniversário e um amigo inspirado envia a você um presente original. Dentro de um lindo pacote, embrulhado com celofane e uma fita vermelha, você recebe um comportado dinossauro, velhinho em folha.


Você põe o bichinho no quintal e meia hora depois o carinha já destruiu a cozinha, as patinhas afundaram o chão do quarteirão, o rabinho acabou com a edícula e dois prédios de apartamentos, e para resolver a questão do almoço, ele devorou todo o parque municipal. Você delicadamente amarra uma cordinha no bicho e vai puxando a gracinha até levá-lo de volta ao amigo remetente. Que sorte que dinossauros se movem!


Imagine agora que a sua cidade receba um monte de edifícios, em geral brancos, nos lugares mais diversos e destinados a um evento específico que dura no máximo uns três meses. Quando tudo acaba, a cidade não sabe o que fazer com os elegantes prédios, amarra uma cordinha nos pilares e tenta arrastá-los, mas eles não se movem. Que azar, eles são imóveis!


Isso se for uma exposição ou uma olimpíada. Se for uma copa do mundo, os dinossauros se espalham por todo o País, ou até por dois países.


Muito embora os assuntos da moda - sustentabilidade e reciclagem - estejam longe de ser a questão principal de um projeto de urbanização, não deixa de ser um contra-senso construírem edifícios visando a um evento e depois tentar inventar finalidades para a sua utilização futura quando ou não existe necessidade daquele tipo de edificação, ou a sua adaptação e adequação a outra atividade é muito difícil ou muito cara.


Ou ainda quando se confunde o possível valor histórico de um edifício com valor arquitetônico e, em lugar de demolir, chamam arquitetos famosos para transformá-los em mais um museu ou centro cultural, cheio de áreas e funcionários ociosos.


Será que não é possível adaptar antigas estruturas para novas finalidades que não sejam somente centros culturais? Há tantas outras funções necessárias ao dia a dia, como hospitais, bordéis, escolas, cassinos... Ainda assim, mesmo que conjuntos mais antigos só possam abrigar uma finalidade, como estádios de futebol, é possível transformá-los em atrações que cubram o seu custo de manutenção. É certo que para atingir o nível do nosso futebol, os europeus ainda vão ter de se subdesenvolver muito, mas em matéria de utilização de instalações esportivas, estamos na pré-história.


Em viagem recente à Espanha, vi a máquina de fazer dinheiro com turismo que é o estádio do Barcelona, Visca Barça! E vai ser demolido para um novo projeto de Norman Foster. Fui ainda convidado para jantar em um dos luxuosos três restaurantes com vista para o campo do Real Madrid. Um espetáculo!


Barcelona é o exemplo supremo de que uma mentalidade arejada e um bom grupo de planejadores são capazes de organizar um grande evento como uma olimpíada e, ao mesmo tempo, integrar as suas obras de maneira tão precisa que parecem sempre ter estado lá, por séculos.


Dei-me ao máximo do luxo de gastar tempo precioso estendido na praia em um local onde antes estavam os armazéns do porto e a linha do trem, que foi enterrada por quilômetros e quilômetros, criando uma frente de mar. E pude assistir a um concerto no Palau St. Jordi, o ginásio de esportes projetado e integrado por Arata Isozaki no parque de Montjuich, com uma qualidade acústica equivalente aos antigos teatros de ópera. Tudo isso permite uma multiatividade das instalações, que não são mais ginásios ou estádios, mas arenas. Na mesma época, a equipe de Rafael Nadal,"o touro de Mallorca", jogou a Taça Davis em Madrid contra os Estados Unidos em uma... plaza de toros!!!


Enfim, com inteligência é possível fazer inúmeros usos de edifícios inicialmente destinados às olimpíadas. Agora, com a idéia restrita a fazer dólares, o que se consegue como resultado são eventos medíocres como os de Los Angeles e Atlanta - essa, a olimpíada da Coca (Cola, bem entendido). E se o caso é somente mostrar imagem política, os edifícios servem para o dia da inauguração e basta.


Tornam-se Cavalos de Tróia dentro das cidades, verdadeiros e inúteis sorvedouros de dinheiro. Presentes de grego, que é onde as olimpíadas começaram.


Londres, que já possui dois estádios para cem mil pessoas novinhos em folha (Wembley e Emirates/Arsenal), além de vários outros (Tottenham, Fulham, Chelsea, etc.) vai construir um superestádio para as olimpíadas de 2012. E das 20 instalações que serão construídas para os jogos, 16 serão posteriormente demolidas!


Isso sim que é sustentabilidade: o terreno é tão caro que é melhor demolir após o uso. Não sei o que farão com o material...


Em Teheran há dois estádios, um para 100 mil homens e outro para 40 mil mulheres. Felipão, Luxa, Muricy, taí uma ótima tática: lança a bola para um atacante no outro estádio e torce para o sinal ficar vermelho e a defesa não conseguir atravessar a rua e voltar! É inacreditável que a religião, responsável por milhares de obras maravilhosas de arquitetura, condene um povo que já foi dos mais brilhantes do mundo a uma ignorância total nos dias de hoje.


É muito mais difícil transformar copas do mundo em reurbanizações, porque envolvem várias cidades e poucas instalações por cidade, mas ainda assim é possível e um bom pretexto para se renovarem estradas, aeroporcos, telecomunicações e, no caso do Brasil, ainda que existam poucos hooligans ou barrabrabas, temos problemas de segurança de sobra a serem enfrentados.


O caso das exposições universais é o mais difícil. O que fazer com tantos pavilhões e áreas imensas? Nesse caso, até que depois de décadas acertamos e os prédios do Parque Ibirapuera, em São Paulo, ainda que mal construídos e mal cuidados, conseguiram adaptar-se ao longo do tempo, expulsar repartições e funcionários públicos ociosos e integrar-se à vida e ao dia a dia do parque.


Na mesma viagem à Espanha pude constatar o problema das expos. Parece que Zaragoza, que abrigou uma grande exposição cujo tema era o uso da água, vai enfrentar o mesmo problema de Sevilla: o que fazer com tantos elefantes brancos? Embora parte da Expo-Zaragoza seja interessante, o grande conjunto que abriga os edifícios de empresas e nações é lamentável e parece inacabado. Fui informado de que os imensos pavilhões serão transformados em escritórios e aí aparecerá a arquitetura, ou seja, não dá para fazer boa arquitetura na expo porque os edifícios precisarão virar escritórios.


Se correr el bicho pega...


E a atual crise imobiliária na Espanha não permite imaginar 1/10 daqueles edifícios transformados em escritórios. Ao mesmo tempo, um edifício extraordinário e belíssimo foi a Torre D'água construído junto à entrada da expo. É um edifício de 60 m de altura, todo branco, com apenas uma rampa envolvendo o pátio central (good old Frank Lloyd) com uma imensa escultura de metal representando uma gota d'água e nada mais. Finalidade do edifício agora e no futuro: nenhuma.


Grandes massas de concreto, como certos pavilhões brasileiros (diferentes do excepcional pavilhão de Bruxelas, em 1958, projeto de Sergio Bernardes), subvertem a própria idéia das expos: serem temporárias. Nossos mamutes de concreto ou se deterioram ou são demolidos.


Há também o caso da subversão completa da arquitetura para transformá-la em símbolo de poder e opressão. O estádio olímpico de Berlim foi renovado, coberto e modernizado, mas é difícil esquecer 1936. Pior ainda são as ruínas infelizmente eternas do estádio de Nürnberg, onde se realizavam as impressionantes e terríveis marchas nazistas. O mundo mudou? Nem um pouco. O estádio nacional de Santiago, no Chile, foi transformado em prisão e palco de três mil mortes durante a ditadura Pinochet. São casos em que seria claramente melhor só usar os estádios para jogar as guerras simuladas entre cidades ou nações, que são as competições futebolísticas.


Chegamos ao final da questão, que são as instalações construídas para os jogos Pan-Americanos no Rio de Janeiro. Alguns projetos são bastante bons, mas nada foi feito em termos de reurbanização.


Entre os projetos de boa arquitetura do Pan está o Engenhão, que ninguém quer, inclusive por questões de segurança, além do custo de manutenção, e que ficou com o Botafogo. Mas o que o clube fará com esse espaço? Ninguém sabe. Uma idéia: está aí um imenso espaço para essas reuniões de religião que atualmente envolvem milhares de pessoas. Pode-se encher o estádio com uma partida dos Atletas de Cristo x Atletas de Satanike. Terminado o jogo, já que o Flamengo, que é um time de massa, não quer o estádio nem de graça, só há uma solução: BOTAFOGO!